Compositoras

Ave maris stella

Compositor: gregoriano Canto

Instrumentos: Voz

Tags: Sacred hymns Hino Música religiosa

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Wikipedia
O canto gregoriano, também chamado de cantochão, é um gênero de música vocal monofônica, monódica (só uma melodia), não acompanhada, ou acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o órganon, com o ritmo livre e não medido, utilizada pelo ritual da liturgia católica romana.
As características foram herdadas dos salmos judaicos, cantados nas antigas Sinagogas, em conjunto com costumes locais, como das Igrejas Orientais, assim como dos chamados modos gregos.
Somente este tipo de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos. Só nos finais da Idade Média é que a polifonia (harmonia obtida com mais de uma linha melódica em contraponto) começou a ser introduzida nos ofícios da cristandade de então, e a coexistir com a prática do canto gregoriano.
Diversos cantos eclesiásticos, de melodias simples, foram desenvolvidos em meio aos Séculos III e IV baseados nos recitativos da liturgia das primeiras gerações de cristãos. Cada região desenvolvia seu próprio repertório, bem como sua forma particular de execução. Dessa forma, antecedendo o que viria a ser tornar o canto gregoriano, têm-se diversos tipos de cantos litúrgicos praticados em regiões diversas, como, por exemplo, o Ambrosiano (em Milão e norte da Itália), Romano (em Roma), Moçárabe (na Península Ibérica), Beneventano (no sul da Itália) e o Galicano (na Gália).
Por volta do século VI, Gregório Magno selecionou, compilou e sistematizou os cânticos eclesiásticos e diferentes liturgias ocidentais espalhados pela Europa com o objetivo de unifica-los para serem utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica. É de seu nome que deriva o termo gregoriano.
Além da compilação e sistematização dos cânticos, o Papa Gregório fundou a Schola Cantorum, instituição cuja finalidade era ensinar e aprimorar o canto litúrgico. Mosteiros e abadias de toda a Europa enviavam religiosos para Roma no intuito de adquirir a necessária formação musical para, posteriormente, levar tais ensinamentos para a comunidade local.
Com a unificação e padronização realizada pelo Papa Gregório I, o canto gregoriano não apenas se propagou pelas Igrejas e Mosteiros da Europa, tendo seu auge na alta Idade Média, como também deixou de ser apenas recitações dos Salmos e trechos bíblicos, monges de mosteiros por toda Europa começaram a compor músicas e poesias com o canto gregoriano. Um dos nomes que mais se destacou no que diz respeito à composição do canto gregoriano é o da freira beneditina Hildegarda de Bingen (1098-1179). Hildegarda se destacou com sua música, dentre outras áreas, e com seus versos que transcendem o texto meramente religioso e beiram a poesia.
Com o surgimento da polifonia no fim da Idade Média, o Canto gregoriano foi caindo em desuso e, consequentemente, no esquecimento. Foi o abade beneditino Prosper Guéranger (1805–1875) da Abadia de Solesmes, quem teve a iniciativa de, através do estudo de antigos manuscritos, iniciar o processo de restauração do canto gregoriano. Tal processo paleográfico ocorre até os dias de hoje, muitas vezes em parceria com Universidades, buscando não só a perfeita compreensão de manuscritos antigos como também o estudo performático para a execução mais apropriada do canto ritualístico.
O canto gregoriano não é um gênero musical no sentido estrito do termo. Desde seu surgimento que a música cristã é uma oração cantada, a qual devia realizar-se não de forma puramente material, mas com devoção ou, como dizia Paulo (Apóstolo): "cantando a Deus em vosso coração". O texto era, pois, a razão de ser do canto gregoriano. Na verdade, o canto do texto se baseia no princípio - segundo Santo Agostinho - de que "quem canta, ora duas vezes".
O canto gregoriano jamais poderá ser entendido sem o texto, que deve ser em Latim, e que possui primazia sobre a melodia, pois é quem dá sentido a esta. Por isso, ao interpretá-lo, os cantores devem haver compreendido bem o sentido dele. Em consequência, deve-se evitar qualquer impostação de voz de tipo operístico, em que se busca o destaque do intérprete.
O canto gregoriano é grafado em um sistema de quatro linhas - o Tetragrama - através de uma notação quadrada denominada Neuma. Os neumas passaram a ser utilizados a partir do Século XIII. O desenvolvimento da escrita pneumática se deve ao medo dos monges de perder a preciosidade melódica do canto gregoriano,que teve sua escrita inventada a partir de moldes musicais bizantinos |bizantina]].
Os neumas, basicamente, grafam um ponto (em latim, punctus) para cada sílaba do texto. Por vezes, a mesma sílaba pode ser executada com diversas notas, neste caso uma única sílaba é grafada com diversos neumas ornando a execução do cântico. Tal técnica recebe o nome de Melisma.
Para determinar a altura da notas no tetragrama, são utilizadas claves no início de cada sistema. No canto gregoriano as claves utilizadas são: a clave de Dó (C) e a clave de Fá (F).
A notação moderna do Canto gregoriano incorporou alguns sinais semelhantes aos encontrados numa partitura comum, como a barra de pontuação (que em muito se assemelha à barra de compasso) e um pequeno ponto (em latim, punctum-mora) sobre o neuma para indicar sílabas mais longas (o qual guarda estreita semelhança com o ponto de aumento).
Como mencionado alhures, os neumas grafam sílaba por sílaba do texto e em alguns casos, mais de um neuma para a mesma sílaba. Na notação neumática cada nota possui o mesmo pulso, independente de sua forma ou nomenclatura, que pode ser considerado similar à colcheia da notação moderna.
Abaixo, alguns exemplos de neumas mais comuns como:
Embora na música moderna seja bem comum a utilização do termo modos gregos (também chamados de "modos litúrgicos" ou "modos eclesiásticos"), no canto gregoriano os modos utilizados são chamados de Tons Salmódicos, uma vez que eram usados para a recitação dos Salmos (salmodia). Tais tons são escalas modais que são escolhidas conforme melhor se adaptem à antifona que acompanham e/ou à cadência final da peça musical.
São quatro as escalas modais utilizadas nas composições gregorianas e levam os nomes medievais de Protus, Deuterus, Tritus e Tetrardus. Cada uma dessas quatro escalas possuem os modos "Autêntico" e "Plagal", chegando assim a oito modos diferentes - oktoechos.
Há os chamados finais de modo que são: ré, mi, fá, e sol. também as dominantes sendo: lá fá si lá dó lá ré dó.
Além dos oito tons salmódicos, em algumas ocasiões são utilizados o modo In directum, para Salmos não precedidos de antífona, e o modo Peregrinus, utilizado em antífonas de modalidade particular que não se encaixa em nenhum dos oito modos.
O canto gregoriano é reconhecido pelo Concílio Vaticano II como a música própria dos ritos da Igreja Católica.